quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Capítulo 2 - Explicação

O passe de Chico estava a dar vermelho, ele não sabia o que fazer, só pensava no quão mal se estaria a sentir Filipa depois de tudo o que tinha acontecido. O seu corpo foi invadido por uma dor nunca antes sentida, a dor de fazermos a pessoa que mais amamos no mundo sofrer. Era-lhe cada vez mais difícil de ver, a sua visão estava péssima, via tudo desfocado, até que o seu rosto é invadido pelas lágrimas. Ele nunca tinha chorado por uma rapariga, não que este seja orgulhoso demais para chorar por uma rapariga, mas nunca sentiu necessidade de chorar por nenhuma, talvez porque o sentimento que nutria por Filipa era inexplicável e maior, muito maior do que o que alguma vez havia nutrido por outra rapariga. A cancela continuava sem abrir e a cada minuto que passava derramava uma lágrima, só de pensar em como estaria a sua menina. Ele não conseguia ver ninguém chorar, mas imaginar que a rapariga que ele amava estava a chorar e ainda por cima por culpa dele, arrasava-o completamente. Ele tinha que fazer algo, não podia deixar que as coisas ficassem assim, então, em dois segundos recompôs-se, limpou as lágrimas e saltou para a cancela do lado, esta já abrira. Assim que a cancela abriu, Chico iniciou uma corrida frenética até à gare do metro, por sorte as portas ainda estavam abertas e ele entrou na primeira carruagem que viu. Estava a faltar-lhe o ar, mal conseguia andar e a muito esforço sentou-se nos primeiros lugares que viu. Após recuperar um bocadinho o fôlego olhou em redor, reparou que a carruagem se encontrava completamente vazia, tal como ele se sentia, irónico não? Tentou levantar-se, mas não conseguiu, as forças faltaram-lhe e ele acabou por cair em cima do banco onde se havia sentado. O seu telemóvel começou a tocar e este apressou-se para o atender.

Chico – Fi? – Perguntou esperando que fosse ela
Bernas – Desculpa, mano. Sou só eu…
Chico – Esquece, já sabia que seria impossível ser ela, mas há sempre uma pontinha de esperança
Bernas – Eu compreendo! Que voz é essa?
Chico – Olha é a que tenho…
Bernas – Não, tu estiveste a chorar?
Chico – Sim… Aquela miúda dá cabo de mim!

Naquele momento Filipa entra na carruagem onde Chico se encontrava, mas como este estava de costas não se tinha apercebido que ela entrara. Filipa tinha trocado de carruagem, ela não se sentia bem a chorar à frente das outras pessoas e na carruagem dela estavam lá algumas, ela estava tão nervosa que não tinha a menor percepção de quantas pessoas se encontravam lá, mas sabia que ainda eram algumas e na esperança de encontrar uma carruagem vazia, decide mudar-se. Ela pelo vidro percebe que não se encontra ninguém na carruagem seguinte e decide avançar. Ao entrar ouve uma voz, uma voz familiar, mas não a reconhece. Ela limpa os olhos vermelhos e cheios de lágrimas e vê que aquela voz era a do Chico. Ao entrar só ouve: «aquela miúda dá cabo de mim» e solta um soluço inesperado acompanhado de lágrimas que não consegue conter apesar do esforço. O Chico ao percebe-se que alguém se encontra mesmo atrás dele, vira-se assustado com o soluçar de Filipa.

Bernas – Tens todo o meu apoio, mas deixa-a acalmar, fala com ela amanhã (mas o Chico não o ouve)
Chico – Amor? – diz preocupado ao vê-la daquela maneira
Bernas – Hã?
Chico – Depois falamos, fica.

O Bernas não teve tempo de dizer nada, o Chico desligou logo o telemóvel. Chico apressa-se a levantar para agarrar Filipa, ele tinha que esclarecer tudo, ele ama-a! Chico põe os seus braços em torno da cintura de Fi, mas esta afasta-o.

Fi – Larga-me, odeio-te! – diz limpando as lágrimas
Bernas – Não, não odeias! Ouve-me…
Fi – Para quê? Para dizeres-me que ela dá cabo de ti? É? Estou farta destes jogos, desaparece de uma vez por todas da minha vida! Eu era tão feliz antes disto tudo. – Filipa engoliu em seco, custou-lhe imenso dizer aquelas palavras, principalmente porque não eram minimamente sentidas.

Chico ao ouvir tais palavras soltou um soluço e as lágrimas começaram a escorrer-lhe pelo rosto, ele nem se limitou a fazer um esforço para elas não aparecerem, porque ele próprio não sabia que elas iriam aparecer. Nenhum deles contava com tais lágrimas. Filipa ficou sem reacção e Chico não conseguia decifrar o seu olhar.

Fi – Escusas de chorar, porque eu sei muito bem o que ouvi!
Chico – Ouviste uma conversa entre mim e o Bernardo…
Fi – Não me tentes enganar!
Chico – Queres o meu telemóvel para confirmar? Ou melhor, liga-lhe. Ele como teu melhor amigo, não te irá mentir.
Fi – Não, não é preciso…
Chico – Então confias em mim?
Fi – Achas que tenho razões para confiar?
Chico – Claro que tens! Eu amo-te, nunca deixei de te amar! Perdi-te porque fui estúpido, preferi ouvir os meus amigos do que ouvir o meu coração, mas agora deixei-o falar mais alto… Não quero saber de mais ninguém, por favor, ouve-me…

Aquelas palavras soaram de forma tão sincera, tão genuína, que ela própria não conseguia explicar o que estava a sentir, aquilo aqueceu-lhe o coração, mas unicamente por breves segundos. Ela voltou a ser invadida pelo medo, o medo de que Chico a estivesse a enganar, mas aquilo parecia mesmo ter sido dito do coração, sem ser pensado.

Fi – Se me amas dessa maneira, porque é que andas a falar com essa tal Raquel?
Chico – É minha prima, não posso renegar a família, ou posso? – diz com um sorriso nos lábios por ver que o que tinha dito, tinha feito Filipa pensar duas vezes
Fi – Família?
Chico – Sim, já te esqueceste que tenho uma prima chamada Raquel?
Fi – Nem venhas com essa história, não cola!
Chico – Olha-me nos olhos, peço-te
Fi – Diz…
Chico – Achas que te estou a mentir? Ela vai ver o meu jogo de domingo, eu pedi-lhe…
Fi – Não sei…
Chico – Então fazemos assim, domingo vais ver o meu jogo e depois apresento-te a minha prima, pode ser?
Fi – Pode…

«Próxima paragem: Jardim Zoológico» desta vez Filipa também não se riu, não tinha disposição para tal, ao que parece o dia acabara por ser bom e mau...

Fi – Bem, até domingo – esforçou-se por sorrir, mas o sorriso não saiu
Chico – Espera!
Fi – Tenho que sair, a sério.

As portas abrem-se e Fi sai disparada, mas Chico vai atrás dela, as coisas não podiam ficar assim, ele gosta demasiado dela para permitir que tal aconteça.

Chico – Não posso esperar até domingo, desculpa! Acho que nós esperámos demasiado tempo para ficarmos juntos, não achas? Ainda por cima por causa deste mal-entendido… - diz agarrando no braço de Fi
Fi – Eu sei, mas…

Chico calou-a com um beijo, ele não conseguia ouvir mais nada, ele só precisava de um beijo de Filipa e Filipa só precisava de um beijo de Chico, para que tudo voltasse a fazer sentido… O beijo era tão desejado por ambos que não o conseguiam travar. Filipa não se lembrava de um beijo como aquele, um beijo tão apaixonado. No meio do beijo ouviu-se o Chico a dizer que a amava, Filipa incrédula com o que acabara de ouvir, afasta os seus lábios de os de Chico e olha-o nos olhos. Este tinha um sorriso de orelha a orelha, mas ainda se podia ver que tinhas estado a chorar, mas agora a única coisa que se podia ver nos seus olhos verdes era brilho, o brilho que alguém apaixonado carrega no olhar. Ela olhava-o fixamente, observava cada traço dele atentamente, a verificar o que sempre soubera, que ele era perfeito. Tinha uns olhos cativantes que a deixavam perdida, um sorriso que a fazia tremer, mas o que ela mais adorara no rosto dele, era mesmo o jeito de menino. Ela dizia que ele tinha uma: «carinha de bebé» e toda a gente o confirmava, ele era perfeitinho e ela amava-o tal como ele era.

Chico – Que foi? Porque é que estás a olhar assim para mim, bebé?
Fi – Nem sei…
Chico - «Minha macaca gira e bacana, esse focinho é que não me engana» - canta rindo-se
Fi - «E se a macaca gosta de banana, tu gostas de mim» - continua a canção rindo-se
Chico – Percebeste bem o que quis dizer, nem vale a pena mudares de assunto!
Fi – Já disse que não sei – diz fazendo beicinho
Chico – Não vais conseguir – diz fechando os olhos para não ver o beicinho de Fi
Fi – Pois pois – diz dando-lhe um beijo repenicado nos lábios
Chico – Vá amor, diz lá…
Fi – Pronto que chato… Estava a pensar que estava cheia de saudades tuas – diz envergonhada
Chico – Ohhh! Tão tolinha, eu também estava cheio de saudades tuas!
Fi – Oh – diz dando-lhe um beijo nos lábios – Já viste as horas? É tardíssimo! – diz olhando para o relógio
Chico – Vá, vamos. Eu levo-te a casa – diz dando-lhe a mão
Fi – Oh, mas depois tens de voltar isto tudo para trás!
Chico – E? Não te vou deixar andar sozinha na rua a estas horas, é perigoso.
Fi – Oh, tão querido!

Eles dirigem-se para a saída do metro entre beijos e caricias. Vão até à paragem dos autocarros que é mesmo atrás da saída do metro e mesmo a tempo, o 755 estava parado na paragem, eles correm um bocadinho para o apanhar, só para não terem de andar até casa de Filipa (não era muito longe, mas ir de autocarro era bem melhor). O caminho até casa de Filipa foi bastante rápido, menos de 5 minutos. Assim que saem do autocarro avistam logo o prédio de Filipa e dirigem-se para o mesmo.

Chico – Estás entregue – diz e dá-lhe um beijo apaixonado como forma de despedida
Fi – Sim, e tu também!
Chico – Hã? – pergunta confuso
Fi – Sim, meu menino. Não vais para casa a estas horas! Ainda tens que ir apanhar o comboio e subir aquilo tudo!
Chico – Mas a estação é já ali e eu não faço tensões de dormir na rua – diz rindo-se
Fi – Mas quem é que falou em rua? – diz rindo-se também
Chico – Então?
Fi – Vais dormir em minha casa! – diz abrindo a porta do prédio e puxando Chico para entrar
Chico – Mas… - é interrompido pelo beijo de Filipa
Fi – Mas nada, vais dormir aqui e acabou!

Foram até ao elevador e Fi carregou no 7, enquanto subiam, permaneceram unicamente de mãos dadas, Filipa tinha medo de ser apanhada por alguém, ela não gostava de estar aos beijos com um namorado e toda a gente a ver, aqueles momentos eram só deles e de mais ninguém e Chico sabia isso, então não forçou nada. Chegaram a casa de Filipa, o Chico nunca tinha lá entrado então, ficou muito admirado. Era a primeira vez que entrara na casa de Fi, mas notava que tudo tinha sido decorado por ela, era tudo tão simples, mas tão único. Não era uma casa muito cheia, era simples, mas cada objecto tinha sido escolhido a dedo. Filipa abre a porta, entra e pousa as chaves em cima duns livros que tinha em cima de uma mesa. Esta olha para trás e repara que não estava a ver o Chico, então recua e vê que este estava a admirar a casa do lado de fora e ri-se.

Fi – Pensava que não era preciso dizer-te para entrar, és meu namorado… - assim que se apercebe do que acabara de dizer, olha para o rosto de Chico procurando alguma resposta, alguma reacção, mas nada. O seu rosto estava sem expressão então uma tristeza invade o coração de Fi e esta limita-se a baixar a cabeça e a fixar o seu olhar no chão. Chico estava abismado, ainda estava ainda estava a digerir aquelas palavras, ela acabara de lhe chamar namorado, a rapariga que ele mais amava tinha-lhe chamado namorado! Ele assim que cai em si, olha para Fi com um ar de felicidade, ele não conseguia acreditar no que acabara de ouvir, mas… Ele não percebia porque raio é que ela estava com os olhos postos no chão, que se passava? Então, ele aproxima-se dela e levanta-lhe o rosto cuidadosamente e fixa o seu olhar nos olhos dela, tentando decifrar o que ela estava a sentir naquele momento.

Chico – Meu amor? – diz preocupado
Fi – Diz… - diz com uma voz triste
Chico – Que se passa?
Fi – Não te devia ter chamado aquilo, desculpa…
Chico – Estás arrependida?
Fi – Sim… Quer dizer, não… Opá, sei lá!
Chico – Não sabes se queres ser minha namorada?
Fi – Sei, é o que mais quero! Mas… - foi interrompida por um beijo apaixonado de Chico, o beijo do metro que ela achava que tinha sido o melhor beijo da vida dela, ficava muito atrás deste! Este tinha sido o melhor beijo da vida dela, um beijo ternurento e cheio de amor.
Chico – Esclarecida?
Fi – Muito! – diz dando-lhe um beijo repenicado nos lábios. Enquanto lhe dava o beijo ouve a barriga de Chico a fazer barrulho e ambos riem-se.
Fi – Já com fome? – pergunta admirada
Chico – Não tenho culpa!
Fi – Vá, vou mostrar-te o resto da casa e depois vou fazer qualquer coisa para comeres, sim bebé?
Chico – A minha barriga diz sim – diz rindo-se

Filipa mostrou o resto da casa a Chico e este mostrou-se sempre admirado e interessado pela casa da namorada.

Fi – Bem a sala já viste, agora vamos para o armário, como eu lhe chamo.
Chico – Tu tens um quarto a fazer de armário?
Fi – Tinha de enche-lo com alguma coisa, sim?
Chico – Sim, roupa para ele tens tu!
Fi – Até parece oh.
Chico – ah, já me esquecia! Por falar em roupa, tenho uma coisa que podes pôr aí num dos mil cabides – diz deitando-lhe a língua de fora
Fi – Ah, pois é! Também tenho aqui uma prenda para ti!
Chico – A sério? Deixa-me ver!
Fi – Toma – diz dando-lhe a prenda para a mão
Chico – Eu não acredito! É linda! Adoro adoro adoro, é mesmo a minha cara, amor! – diz dando-lhe um beijo
Fi – Gostas?
Chico – Claro! Vá, abre a tu – diz dando-lhe a prenda para a mão
Fi – Ahhhh! Não acredito! Como é que sabias que queria este vestido? É lindo! – diz dando-lhe um beijo
Chico – Gostaste mesmo?
Fi – Adorei, obrigada!
Chico – De nada, bebé. Então mas a visita guiada acabou?
Fi – Não – diz rindo-se

Fi – A cozinha – diz apontando
Chico – A minha parte favorita de todas as casas – diz rindo
Fi – Calma, amor. Assim que acabarmos, eu venho fazer qualquer coisa para comeres!
Chico – Oh, não é preciso!
Fi – Perguntei-te alguma coisa?
Chico – Ganhas sempre, fogo – diz resmungando

A visita guiada continua e eles passam por todas as divisões da casa e Chico continua com o mesmo brilho no olhar, observando cada recanto com a máxima atenção.

Escritório e quarto de hóspedes                                                      
  
  


Quarto da Fi e Casa de banho privativa

Sala de Jantar e casa de banho comum



Após toda a casa mostrada, Fi dirige-se novamente para o quarto seguida de Chico, esta tinha se esquecido de deixar a prenda que ele lhe tinha dado e as prendas que ela tinha comprado, no quarto.
Fi – Bem, vou fazer qualquer coisa para comeres, meu amor – diz sorrindo, sabia-lhe bem chamar-lhe meu amor e cuidar dele em sua casa
Chico – Bora, eu ajudo!
Fi – Estás doidinho, só pode!
Chico – Não, vou ajudar-te, bebé – diz aproximando-se dela
Fi – Nem penses, vais ficar aqui, ou onde quiseres e vais ficar a vontade como se estivesses em tua casa, sim?
Chico – Mas posso ajudar-te na mesma – diz rindo-se
Fi – Não! Shiu! – diz rindo-se e dirigindo-se à cozinha

Chico estava a observar atentamente o quarto de Fi e repara numa fotografia, era a fotografia deles, ela tinha-a guardado! Agarrou nela e sentiu uma felicidade imensa, pois ele também a tinha guardado. Decidiu sentar-se, mas não largou a fotografia, manteve-se sempre a olhar para ela, até que acabou por adormecer.
Na cozinha, encontrava-se Filipa a preparar umas sandes, uns croissants, algumas frutas e sumo natural, afinal ele era jogador de futebol, não podia comer porcarias. Com o tabuleiro pronto, ela dirige-se ao quarto e repara que Chico tinha adormecido com uma coisa na mão, mas não conseguia perceber o que era. Pousou o tabuleiro em cima da mesa que se encontrava em frente à sua cama e chegou-se perto dele, ele parecia mesmo um bebé a dormir, estava tão querido! Quando olha para a mão dele vê que este agarrava a fotografia deles e pensou: «oh, tão querido, adormeceu a olhar para a nossa fotografia», mas o seu pensamento foi interrompido pelo roncar da barriga de Chico e esta deu uma gargalhada baixinha para não o acordar, mas tinha de o acordar, para além deste estar a dormir torto estava cheio de fome. Mas custava-lhe tanto ter de o acordar… Mas teve mesmo de ser. Filipa meteu-se de joelhos em frente a ele e começou a brincar com o cabelo dele e a dar-lhe beijinhos no rosto e nos lábios.

Fi – Chico – chamou baixinho – Acorda amor, estás todo torto e cheio de fome – deu-lhe um beijo repenicado nos lábios
Chico – Só mais um bocadinho, vá lá – disse resmungando
Fi – Vá, não faças fita – diz dando-lhe beijos suaves no rosto
Chico – Isso é jogo sujo – diz resmungando. Puxou Filipa para o colo dele e sentou-se
Fi – É sujo, mas acordou-te – diz empurrando-o de modo a que este fique deitado na cama
Chico – A acordar uma pessoa dessa maneira, quem é que não acorda? – voltou à posição em que estava, dando um beijo apaixonado a Fi
Fi – Vá, agora tens que comer, estás cheio de fome e enquanto comes, tenho que ligar à Matie ela pediu-me para lhe ligar quando chegasse a casa e só me lembrei agora!
Chico – Tem mesmo que ser?
Fi – Sim… Mas por mim ficava aqui, mas…
Chico – Então ficamos aqui! – diz puxando o corpo de Fi para ele
Fi – Não pode ser… Tu tens que comer, eu tenho que ligar à Matie e ainda tenho que ir trocar de roupa – diz tentando levantar-se, mas em vão
Chico – Eu posso ajudar-te… - sugeriu ao ouvido de Fi
Fi – Já com esses pensamentos? – diz empurrando Chico novamente para cima da cama
Chico – Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti, nunca ouviste dizer? – diz com um sorriso maroto a rasgar-lhe o rosto

Filipa deixou-se cair suavemente para cima de Chico e encostou-se ao peito dele, sentido cada traço do seu peito e ouvindo cada batimento do seu coração. Um cheiro penetrou o nariz de Filipa, era o cheiro de Chico, um cheiro que conseguia distinguir estivesse onde estivesse. Ela já tinha imensas saudades daquele cheiro tão único e característico dele, tinha saudades de ficar com o cheiro dele na roupa. Após alguns minutos assim deitados Filipa decide quebrar o silêncio.

Filipa – Gosto mesmo muito de ti – diz baixinho
Chico – Eu gosto ainda mais – diz brincando com o cabelo dela
Filipa – Não me importava de ficar assim para sempre… - diz olhando-o agora nos olhos, ansiando uma resposta dele
Chico – E porque é que não ficas?
Filipa – Até parece que eu não quero! Mas ias-te fartar de mim como da última vez e já não ia haver um para sempre… - diz com uma ponta de tristeza na voz
Chico – Não, não me vou fartar! Da última vez eu fui estúpido para ti e já te pedi desculpa. O passado  é uma história e o presente, é como o próprio nome indica, um presente. Nós temos é que o preservar e desejar um futuro a dois – diz e beija-a com paixão  

O beijo perlongou-se e intensificou-se, Filipa sentia a respiração ofegante de Chico nos seus lábios e Chico sentia o batimento cardíaco de Filipa descompassado, tal como o seu. Eles estavam prontos para se entregarem um ao outro e serem um só. Filipa tremi e não sabendo bem como, arranjou coragem e passou as suas mãos por baixo da camisola dele puxando-a para cima. Pararam o beijo e olharam-se nos olhos, ambos sorriram, viram que era algo desejado pelos dois, apesar do medo que sentiam (eram os dois virgens). Chico levantou os braços e Filipa retirou-lhe a camisola e atirou-a para o chão. Filipa estremeceu quando o viu seminu, ela já sabia que ele era perfeito, mas nunca o tinha visto assim e tão de perto… Um arrepio percorreu a espinha dela, quando sentiu as mãos quentes de Chico no fundo das suas costas empurrando a camisola para cima, ela tinha a perfeita noção que era naquela noite. Mas será que estaria preparada? Isso não lhe saia da cabeça, ela estava cada vez mais assustada, mas não queria dizer nada. Ela não era a única assustada, Chico estava aterrorizado, também era a primeira vez dele e ele não sabia bem o que fazer, e se ela não gostasse? Filipa pensou que o melhor seria relaxar o que tivesse de acontecer aconteceria e o seu coração deixou de estar tão acelerado. Chico percebeu que Fi já não estava tão nervosa e também se acalmou um bocadinho. O beijo parara e Chico estava agora a olhar para Filipa com um olhar de quem pedia permissão para tirar a camisola, ela percebeu e levantou os braços e ele retirou-lhe a camisola. Chico ficou tal como Filipa, sem jeito. Ele sabia que ela era perfeita de todas as maneiras, mas nunca pensara que o corpo dela fosse tão perfeito. Filipa percebeu que Chico estava a olhar para o corpo dela e esta baixou a cabeça, mas Chico levantou-lhe o rosto e disse:

Chico – Que foi, Fi? – perguntou preocupado, tinha medo de ter feito algo de errado
Fi – Tenho vergonha – admitiu timidamente
Chico – Vergonha? De quê?
Fi – Que me vejas assim, sabes que não gosto do meu corpo…
Chico – És mesmo parvinha, és perfeita de todas as maneiras e o teu corpo… O teu corpo é magnifico!
Fi – A sério?
Chico – Achas que te ia mentir?
Fi – Não, eu sei que não me ias ment… - Chico calou-a com um beijo, ele não queria que aquele momento fosse arruinado com palavras.

Os corpos deles, encontravam-se a escassos centímetros e as mãos de Chico percorriam o corpo de Fi, eles estavam prestes a entregar-se um ao outro, até que são interrompidos pelo toque do telemóvel de Filipa que agora tocava tão alto que lhes feria os ouvidos. Será que o iriam deixar tocar e sucumbir ao desejo ou Filipa iria atender o telemóvel e deixar alí Chico?

1 comentário:

  1. Meu amor, vim logo assim que me disseste que já tinhas postado o capitulo! Acho que está mais que lindo, como já te tinha dito antes e para bem deles, é bom que a Fi deixe o telemóvel tocar!

    Beijinhos (L)

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