segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Feliz Natal (atrasado)

Minha leitoras lindas, sei que estou muito muito atrasada com os capítulos e peço imensa desculpa por isso, mas tenho andado com alguns problemas que têm afectado a minha inspiração que por estes tempos tem andado escassa... Mas o próximo capítulo está mesmo para breve! Não prometo que seja o melhor capítulo de sempre, prometo sim, que me esforçarei para manter a história cativante, pois vocês bem merecem e prometo também que vão haver imensas surpresas, personagens novas e novos rumos - mais não posso dizer...
Quero agradecer todo o vosso apoio, vocês são as melhores leitoras do mundo e eu adoro-vos imenso, obrigada por tudo :)

Feliz Natal - sei que já vou atrasada, mas espero sinceramente que tenham tido um óptimo Natal - não se esqueçam, entrem com o pé direito em 2012 que será melhor do que 2011 e imenso beijinhos,

Da vossa Di *

P.S: Não deixem de sonhar, sejam felizes à vossa maneira!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Capítulo 12 – Novos rumos

E agora? Eu tenho todas as provas à minha frente, mas não sei o que fazer… será que o Francisco está a falar a sério? Será que a Mica e o Bernardo já sabiam disto tudo? A resposta à última pergunta parecia-me óbvia… claro que eles sabiam, por isso, é que o Bernardo quis o meu computador e, por isso, é que a Mica quis tanto ver aquelas fotografias! Mas se eles já sabiam aquilo, porque é que não me disseram logo? Pois… eu não teria acreditado, só se tivesse as provas mesmo à minha frente… talvez fosse essa a razão de tudo aquilo. Mas… ainda há algo que não consigo perceber! Como é que aquela fotografia foi tirada se o Francisco estava a dormir? Parece que tenho uma questão pendente e não passaria de hoje!

- Se tu estavas a dormir, quem é que tirou a tal fotografia? – Perguntei ainda a pensar no que tinha acabado de ver

- Fui eu que tirei, mas não era suposto ele estar a dormir, por isso, fui-me embora e só tirei aquela… - disse uma voz mesmo atrás de mim.

Virei-me unicamente para confirmar se as minhas suspeitas se confirmavam e sim, infelizmente estavam confirmadíssimas, era o Daniel, o meu ex. namorado que fazia o favor de me seguir e implorar-me para que volte para ele.

- Daniel? – Questionei incrédula – Tu fizeste o quê? – Perguntei enquanto sentava e perguntava a mim mesma como é que alguém seria capaz de fazer aquilo

- Eu sei que foi errado o que fiz, desculpa-me! – Disse agarrando-me mão

- Nem me toques! – Disse desviando rudemente a mão – Tu, vais explicar-me essa história toda! Aqui e agora! – Ordenei

- Desculpa interromper, mas vai tocar daqui a dez minutos, não seria melhor adiar esta conversa para mais logo? – Perguntou o Bernardo

- Desculpa? Adiar? Tu sabes o quanto eu estou a sofrer por causa desta brincadeirinha? SABES? – Gritei – Pelos vistos não! Quem quiser, pode ir – Disse estendendo a mão na direcção da porta – Tu – Disse apontando para o Daniel – É melhor sentares-te, vais ter muito que contar…

Ninguém se levantou, há excepção do Francisco que se foi sentar ao meu lado para poder estar de frente para o Daniel ou só para estar ao meu lado. Nunca pensei que ele o fizesse, mas soube-me bem, mesmo não estando agarrada a ele, conseguia sentir-me segura – penso que isso seja a força do amor.

- Não te peço que compreendas as razões que me levaram a fazer isto, muito menos que me perdoes… - Principiou o Daniel

- Mas eu peço-te que te despaches, isto já foi longe demais e eu não tenho muito mais tempo para perder contigo – respondi secamente

- Pois bem, não me irei alongar muito – lançou-me um olhar e continuou -. Naquela noite em que nos encontramos no bar em Évora, quando todos vocês foram embora, a Rute veio ter comigo e prometeu-me que eu e tu ficaríamos juntos, mas que para isso eu tinha que a ajudar. O plano dela era seduzir o Francisco, mas ela não conseguia fazê-lo, ele estava completamente apaixonado por ti para se deixar seduzir por outra.

Naquele instante dei por mim a olhar intensamente para o Francisco, como se eu sempre soubesse que ele nunca me tinha traído e que ele era louco por mim, tal como, eu era louca por ele.
Não consegui travar duas lágrimas que lentamente percorreram um trilho dos meus olhos ao canto da boca, até serem travadas pelas mãos grandes e quentes do Francisco, que sem pedir licença, tocaram no meu rosto limpando aquelas lágrimas. Para mim não eram só lágrimas, eram a mais bela representação de todo o sofrimento que vivia no meu coração e que quase tinha desaparecido só com um simples gesto, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Aqueles segundos pareciam uma eternidade e eu tinha que ter a coragem de os terminar, pois, ainda havia muito para ouvir e não me parecia que o Francisco fosse terminar aquele momento… limitei-me simplesmente a desfiar o rosto e olhar para o Daniel, como se estivesse a pedir que continuasse.

- Então, ela convidou-me para passar a passagem de ano com ela e disse que seria nesse dia que as nossas vidas iriam mudar. O plano dela era embebedar ao máximo o Francisco para se enrolar com ele, sem que ele a rejeitasse.

- E tu estavas encarregue de tirar as fotografias para depois me mostrarem, eu acabar com o Francisco, tu consolares-me como tentaste fazer naquela manhã – como é que eu fui tão estúpida ao ponto de acreditar que ele tivesse mesmo mudado? – E a Rute ficava com o Francisco… - disse tentando acreditar naquela história bizarra e típica de uma serie televisiva americana

- Exacto! Era o crime perfeito, mas como se costuma dizer, não há crimes perfeitos e este foi prova disso. O Francisco estava a dificultar imenso a situação… A Rute estava há horas na casa de banho do teu quarto e o Francisco continuava imóvel no sofá agarrado a ti, até que ele se levantou, possivelmente para ir à casa de banho e foi aí que o plano começou a entrar em acção. Ele entrou no quarto e a Rute saiu da casa de banho, ainda vestida, e foi em direcção ao Francisco que estava perdido de bêbedo, mas nem assim a deixou de rejeitar. Ela como já previa aquela situação sugeriu que fizessem um brinde ao amor e como não sabia o que se passava, o Francisco aceitou e quanto mais bêbedo ele ficava, mais ela o empurrava para a cama, até o conseguir deitar. Assim que ele se deitou, adormeceu logo e enquanto isso, ela trocou de roupa, meteu-se em cima dele, meteu as mãos dele nas pernas dela, para que parecesse mais real e começou a despi-lo. Como eu achei que aquilo não iria resultar, decidi ir embora e aparecer só quando a bomba rebentasse na manhã seguinte.

- Então e o soutien que eu encontrei no chão do meu quarto? – Perguntei tentando a muito custo digerir toda aquela informação

- Era dela, tal como eu disse, ela trocou lá de roupa e esqueceu-se dela lá. Bem Filipa, já disse tudo o que sabia, agora tenho que ir. Espero que um dia me perdoes e percebas que só fiz isto para o teu bem… - Assim que proferiu tais palavras, levantou-se e foi-se embora, como se o seu trabalho ou missão tivesse terminado, mas parecia que não tinha tido sucesso… Mas, e agora? O que é que eu faço?

- Fi, o teu telemóvel está a tocar… - Alertou-me a Mica

- Ah… -disse voltando à realidade – Obrigada, M. – disse enquanto tentava alcançar o meu telemóvel – Sim? – Perguntei ao atender o telemóvel
- Estava a ver que não! Onde é que estão? – Perguntou a Bea – Dá… Cá isso! – Pediu a Matilde, talvez enquanto tentava tirar o telemóvel à Beatriz

- Ainda estamos no Mc, aconteceram uns problemas depois conto-vos tudo! – Prometi

- Ok! Vou passar à Matie, abreijos – Despediu-se e passou o telemóvel à Matie – Estás doida? Porque é que estas a faltar? Conta-me tudo! – Bombardeou-me preocupada

- Eu logo conto-te tudo, prometo! – Prometi novamente

- Não sei se te vai ajudar ou não, mas as bolsas de estudo para Londres abriram e este ano vão ser cinco! – Disse toda entusiasmada

- Cinco? Nós as quatro temos que as ganhar! – Disse compartilhando o mesmo entusiasmo

- Então posso escrever-te a ti e à Mica para os exames de admissão às bolsas? – Perguntou mesmo sabendo qual seria a nossa resposta

- Claro que podes!

- Vou já inscrever-vos, beijinhos!

- Beijinhos! – Assim que me despedi desligamos a chamada

- Então e agora, Filipa? – Perguntou-me o Francisco a medo

- Agora sei toda a verdade, mas preciso de tempo… Desculpem – disse levantando-me e agarrando nas minhas coisas para sair, mas novamente, fui impedida pela mão forte e quente do Francisco que agarrava com toda a força o meu lívido e frágil braço

- Não fujas de mim… Outra vez não, peço-te! – Disse-me com os olhos preenchidos por uma mágoa imensa, quase palpável

- Não estou a fugir de ti, estou a fugir de mim… - Disse livrando-me do braço dele e fugindo daquele lugar em direcção a casa, ao meu porto seguro, onde não tinha que encarar ninguém a não ser aquelas paredes que tão bem conheciam a minha mágoa e o meu sofrimento. Um lugar onde me podia afundar sem ninguém ver, criticar ou julgar, um lugar onde podia ser eu, onde podia deixar a máscara que usara nos últimos dias à porta de casa, para que me pudesse entregar ao meu sofrimento. Mas hoje, seria só o lugar onde podia desabafar com a minha melhor amiga que fez questão de vir comigo. Não me podia afundar em sofrimento, mas podia deixar a máscara e simplesmente desabafar.

Quando chegamos ao meu prédio eu só queria deitar-me no sofá, esconder a cabeça debaixo da manta e fingir que tudo não passava de um pesadelo, mas nem isso me foi permitido, pois à porta da minha casa já se encontravam a Bea e a Matie de braços abertos para me aconchegarem no reconfortante e desejado abraço. Após aquela demonstração de afecto, entrámos em casa e a Matie começou logo a bombardear-me com questões.

- O que é que aconteceu? Estou mesmo preocupada! Conta-me tudo! Nem penses em esconder-me alguma coisa, Filipa Marie! – Disse-me com o seu indicador fino e comprido espetado no ar

- O que aconteceu foi que… - Contei-lhes a história toda, como tudo se tinha passado no decorrer daquelas duas horas que mais pareciam dias

- Oh primoca, anda cá… - Disse a Matilde esticando os braços para me abraçar e como é óbvio que acedi de óptimo grado

- Então e agora? Já se sabe que ele não te traiu… - Disse a Beatriz

- E ele até provou tudo… - Acrescentou a Mica

- Não sei… vou ter que pensar, meninas – fiz uma pausa – Então e as bolsas de estudo? – Perguntei, fingindo-me interessada

- Estava a ver que não perguntavas! – Disse toda entusiasmada

Passamos o resto de tarde juntas a falarmos sobre as bolsas, moda – eu e Matie somos apaixonadas por alta-costura –, séries televisivas, de tudo um pouco, menos de rapazes. Era notório o esforço que elas faziam para não falarmos de rapazes, eram mesmo umas grandes amigas, mas embora eu não expressasse em palavras, o meu pensamento estava todo centrado no Francisco e no que é que eu iria fazer em relação a mim e a ele… Será que eu irei ficar bem com ele ou irei ceder à pressão de ter alguém a tentar separar-nos? Terei de pensar muito bem nisto…

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Capítulo 11 - A Verdade

Filipa:

Naquele mesmo dia, em que o meu coração havia sido arrasado, regressamos todos a Lisboa. Eu não conseguia permanecer muito mais tempo no local onde tudo em que eu acreditava, havia desaparecido, e todos acharam que seria melhor voltarmos para casa.
Mal tinha dormido este fim-de-semana e nem queria pensar como seria regressar à escola onde todos os dias teria que olhar para a cara do Francisco. A minha única sorte é o facto de eu estar a estudar artes e ele desporto, por isso, sempre haveria uma pequena possibilidade de não o ver.

O meu relógio marcava as 7 horas, estava na altura de me levantar, mas não queria nada. Não queria sair daquele meu canto onde me podia esconder do mundo e tentar esquecer que algum dia havia amado alguém. Mas nunca fui de fugir aos meus problemas e às minhas responsabilidades e a única coisa que me restava era levantar-me e cumprir a minha promessa, tornar-me numa outra Filipa, uma Filipa que não sofre por amores, faz sofre. Enquanto me acabava de maquilhar e encher-me de coragem para enfrentar aquele dia pensei: «mas eu estou a tentar enganar quem? Eu estou um caco, mal me mexo, quanto mais fazer sofrer alguém… hoje, só me resta tentar evita-lo ao máximo e seguir em frente».

Acabei de me arranjar, vesti-me, agarrei na minha mala, num iogurte líquido e umas bolachas e saí apressadamente em direcção à paragem para apanhar um autocarro até Sete Rios, para não ter que ir a pé.
Assim que cheguei vi um sorriso grandioso mesmo à minha frente, como de costume a minha Mica já estava à minha espera na paragem.

- Fiii! – saudou-me a Mica sorrindo-me e logo de seguida abraçando-me com a maior força do mundo

- Oh meu amor, que bem que me sabe este abraço – disse com as primeiras lágrimas nos olhos

- Vá, não chores, não me deixes cheia de rímel outra vez – disse entre aqueles risinhos de menina pequena que lhe eram tão característicos

- Mas quem é que falou em chorar, pá? – Perguntou a Bea tocando-me no ombro com a sua descontracção que tão bem a caracterizava

- Sim! Não te vais pôr aqui a chorar que eu não deixo – ordenou a Matilde enquanto empurrava a Mica e a Bea para me poder abraçar

- Hei! É preciso empurrar? – Reclamou a Bea

- Credo! – Reclamou logo de seguida a Mica

- Estejam caladinhas, primeiro a minha primoca – declarou a Matilde gracejando

- Ai meninas o que seria de mim sem vocês? – Perguntei num suspiro

- Realmente não serias nada, não… - respondeu a Bea com aquele seu jeito de gozona

- Obrigadinha oh ciganita! É melhor irmos para a paragem antes que passe o trintas! - respondi

- Nem penses! Eu não tenho passe e quando vou ao pica sou sempre apanhada! – protestou a Bea

- É só uma paragem, anda lá – incentivou a Matilde, puxando-lhe o braço

- Não! E faz-vos bem andar, para não ficarem gordas – refutou a Beatriz com sarcasmo

- Olha! Grande lata… - contestou a Matilde

Todas nos rimos, mas acabamos por ir a pé até à escola. Tudo estava a correr bem, eu estava distraída e nem tinha pensado no Francisco. Creio que elas também estavam a fazer um esforço para não tocarem no nome dele, pelo menos à minha frente e tudo o que acontecera no Alentejo, tinha ficado no Alentejo. Mas o meu belo dia começava a ficar estragado à medida que nos aproximávamos da escola. Estava uma fila enorme para entrar, dado que, o Sr. João (porteiro da escola) estava a obrigar todos os alunos a passarem os cartões. A fila cada vez aumentava mais e quando nos atrevíamos a olhar para o final desta só nos assustávamos cada vez mais.
Estava eu a tentar ver se a fila andava ou não quando uma voz extremamente familiar me interrompeu.

- Bom dia flores do dia! – Saudou o Bernardo com um sorriso de gozo – Que fila é esta? Estão a dar comida é?

- É a fila onde tu feito abusado passaste à frente de mais de metade da escola! – disse virando para ele, para que o pudesse olhar nos olhos, mas talvez não o devesse ter feito, pois, com ele, encontrava-se o Francisco e sim, a minha manhã estava a correr mesmo mal…

- Adoro a combinação do teu mau humor conjugado com essas roupas – respondeu por entre largas e ruidosas gargalhadas

- Obrigada por achares que estou linda – respondi-lhe com sarcasmos

- Estás sempre… – sussurrou o Francisco. Mas eu fiz de tudo para achar que tinha sido tudo uma partida da minha enorme imaginação

O dia estava a ser completamente esgotante, tinha passado a manhã toda a tentar esconder-me do Francisco e a aula de história de arte tinha dado cabo da pouca concentração que eu tinha. Parecia que os segundos não passavam, parecia que o tempo tinha simplesmente congelado para me manter prisioneira daquele sofrimento. Enquanto eu me desvanecia em lamúrias, o karma tentou fazer as pazes comigo e o toque da campainha soou, declarando a tão desejada hora de almoço.

- Onde é que vamos almoçar hoje? – Perguntou a Mica com um largo sorriso no rosto

- Não sei… - respondi enquanto procurava o meu telemóvel que tinha acabado de receber uma mensagem – Espera, deixa-me só ler a mensagem – disse mexendo no telemóvel

De: Bernardo

Almoçamos juntos, como antes?

- O Bernas acabou de perguntar se almoçamos juntos, como antes – respondi à pergunta que estava expressa no seu rosto

- Por mim é igual, mas será que consegues lidar com os olhares do Francisco? Quer dizer, andaste todo o dia escondida… - Perguntou-me num tom de voz calmo e sereno

- Pois, não sei… vou ligar ao Bernardo – enquanto tentava alcançar o meu telemóvel que já estava dentro da mala, ouvi alguém gritar o meu nome

- Filipa! – Gritou o Bernardo

Virei-me para confirmar se era mesmo a voz dele ou se seria mais uma das partidas da minha mente, mas desta vez, também não era nenhuma partida da minha mente, mas sim do destino, dado que ao lado do Bernardo – como sempre – se encontrava o Francisco.

- Sim? – Respondi com o meu olhar centrado no Francisco

- Então, almoçamos juntos? – Perguntou com um larguíssimo sorriso a romper o rosto

- Pois… Não sei… - disse enquanto pensava numa boa desculpa

- Puto, eu disse-te, mas tu és teimoso! Olha, vou andando, depois vai lá ter – disse o Francisco com uma frieza extrema sem nunca olhar para mim

- Espera aí! – mas o Francisco continuou a andar – Filipa, vai armar-te em menina mimada ou vens connosco? É que se queres mostrar que ele não te afecta, aviso-te já que fugires dele não é a melhor maneira, mas tu é que sabes!

Eu sabia perfeitamente o que é que ele estava a tentar fazer. Ele queria-me juntar com o Francisco e esta foi a única maneira que arranjou.

- Ok, eu vou. – Respondi friamente

- Eu sabia – respondeu-me com um enorme sorriso – Francisco! – Gritou – Espera por nós!

Este acabou por abrandar o passo até que nós o alcançamos. Ambos permanecemos em silêncio até entrarmos na McDonald’s, onde o silêncio constrangedor acabou por ser quebrado pelo Bernardo.

 - Chico, na aula disseste que querias mostrar-me uma coisa, era o quê? – Perguntou o Bernardo curioso como sempre

- Depois mostro-te, tenho na pen – respondeu-lhe

- Mostra agora! Fiquei mesmo curioso – disse com um falso entusiasmo

O Francisco ergueu a sobrancelha e respondeu – Tanta curiosidade para nada! E como é que eu te mostro oh esperto? – Disse enquanto soltava uma leve e falsa gargalhada

 - Sabes muito bem que a Filipa tem o portátil dela… - Respondeu olhando para a minha mala.

Sim, agora eu percebia porque é que ele estava a insistir com o Francisco, para que este lhe mostrasse algo.
O Francisco baixou o rosto e encolheu os ombros, ao qual eu percebi que aquela situação não era só constrangedora para mim e decidi intervir.

- Adoro quando falas de mim como se eu não estivesse aqui, Bernardo! – Antes que este pudesse responder tirei o meu portátil da mala e continuei – Toma lá, ele tem bateria, podem demorar o tempo que quiserem – Disse esticando o portátil na direcção do Bernardo, mas este limitou-se a aceita-lo e nem agradeceu.

- Obrigado, F. – Disse o Francisco baixando a cabeça para possivelmente esconder o rosto

Enquanto eles esperavam que o meu portátil ligasse eu e a Mica estávamos a combinar uma ida às compras este fim-de-semana, até eu ser interrompida por um puxão no braço.

- Ouviste o que te disse? – Perguntou o Bernardo irritado

- Não, não vês que estou a falar com a Mica? Como é que eu te podia ter ouvido? – Respondi num tom arrogante, uma vez quem detesto ser interrompida a meio de uma conversa

- Ai, desculpe! – Pediu ironicamente

- Vá, diz lá o que querias…

- O Francisco tem aqui na pen as nossas fotografias, queres ver? – Perguntou sorrindo

Mas antes que eu tivesse tempo para responder, a Mica respondeu por mim.

- Sim, claro que queremos!

Eu fitei-a com um olhar de reprovação, nunca pensei que a Mica fosse capaz de me fazer aquilo, ela sabia como eu estava a sofrer e ainda queria que eu visse aquilo? Isto era tudo muito estranho… Havia aqui mais qualquer coisa que eu ainda não estava a perceber e a reacção da Mica ao meu olhar reprovador, ainda me deu mais certezas! Como é que alguém após um olhar daqueles, dá a mão a outra pessoa e pisca-lhe o olho, como quem diz: «está tudo bem»? Isto está muito mal explicado, mas dentro de muito pouco tempo eu ia saber o que se estava a passar.

- Oh, olha para elas tão linduxas – disse o Bernardo de forma bastante irónica e virando o computador na nossa direcção, uma vez que, os rapazes estavam sentados à nossa frente

- Olha nós! – Exclamou a Mica com um guincho

- Está mesmo gira! Mas não me lembro de terem tirado… - respondi confusa

- Foi no nosso segundo dia no Alentejo…

Eu sabia bem quando é que tinha sido, eu lembro-me perfeitamente de cada dia passado na quinta dos meus avós. Como é que me poderia esquecer dos dias mais felizes da minha vida e do dia em que o meu coração foi partido sem dó nem piedade por quem eu mais amo – espero poder conjugar este verbo no passado o mais depressa possível – no mundo?

- Fui eu que tirei… - acabou por acrescentar o Francisco

Eu não consegui responder. Confesso que a voz dele ainda me causa uma certa repulsa – pelo que me fez passar – juntamente com uma grande tristeza – por não o conseguir odiar, por só querer estar junto a ele, agarra-lo e pedir-lhe para que nunca me deixe, porque eu nunca o vou deixar – mas agora é tempo de seguir enfrente e deixar de ouvir o que o coração me pede.

- Vá, muda lá isso! – Protestou a Mica ao ver o meu estado


Ao vermos esta fotografia as nossas gargalhadas foram impossíveis de esconder. Esta era uma das memórias mais engraçadas que tinha guardado no meu coração, para não mais esquecer. Tudo começou quando a Mica se lembrou de me gozar por eu não conseguir dizer a palavra Chantilly. eu para me «defender», agarrei numa almofada e atirei-lha, ao qual ela respondeu na mesma moeda. Almofada daqui, almofada dali e acabamos por acertar no Francisco que automaticamente agarrou noutra almofada e alinhou na brincadeira. Segundos depois, estávamos todos a atirar com almofadas, até que começa a «chover» penas e a Beatriz decidiu agarrar na minha máquina fotográfica e registar o momento.

- Próxima! – Exclamei enquanto limpava algumas lágrimas provocadas pelas gargalhadas (e não só)

Ao ver aquela imagem, aquela demonstração de carinhos e afectos evidentes, entrei em pânico. Uma parte de mim, sabia que iria aparecer uma imagem daquele género, mas outra parte, a que eu fazia questão de ouvir sempre, dizia-me que ele me queria esquecer, tal como eu o queria esquecer, mesmo que, para isso ele tivesse que quebrar a promessa que me havia feito no estábulo.
Aquela fotografia era a prova de que aquilo tinha sido real, aquele amor não tinha sido nenhuma fantasia ou mero conto de fadas e agora percebia onde é que o Bernardo e a Mica queriam chegar, mas eu não podia deixar que eles levassem a ideia deles avante! Eu não podia perdoar o Francisco de ânimo leve, como se ele não me tivesse traído… Era o que eu mais queria, perdoa-lo e voltar ao que éramos, mas a parte mais racional de mim, não me deixava fazer isso. Eu já não confiava nele e para mim, a confiança é a base de tudo. Enquanto me debatia com isto, dei conta que duas lágrimas delineavam uma linha no meu rosto. Apressei-me a limpá-las e a pedir para que mudassem de fotografia.

- Mas tenho sempre que dizer para mudares? – Perguntei com desinteresse, como se fosse outra fotografia qualquer. Apenas disse aquilo com o intuito de magoar o Francisco e foi mesmo esse o efeito que consegui.


Todos olharam-me com tamanha surpresa, decerto que não esperavam que tivesse dito tal coisa, mas o Bernardo concedeu o meu desejo e passou à fotografia seguinte.
Preferia que não o tivesse feito, mas o desejo foi meu e sempre me havia dito: «cuidado com o que desejas» e sim, hoje aprendi isso da pior maneira que poderia existir à face da terra. Era sem dúvida uma fotografia que eu não estava à espera… A Rute, no meu quarto e em cima do meu namorado – digo, ex. namorado – mas porque é que estaria ali aquela fotografia? Era para me mostrarem mais tarde? Para me esfregarem na cara? Como é que ele tinha sido capaz, como?
- Que rica promessa! – disse com as primeiras lágrimas a rolarem pelo meu rosto

- Filipa, isto é a prova de que eu precisava, não vês isso? – Perguntou com uma tremenda frustração evidenciada em cada contorno do rosto

- A única coisa que vejo é a tua traição! Isto é para quê? Para mostrares que és grande? Que tens todas? Parabéns, missão cumprida! – Disse com um enorme sarcasmo a irromper as minhas palavras

- Isto é para te provar que tenho razão! – Disse com a maior convicção que alguém poderia conceber dentro de si próprio

- Ainda queres ter razão? Desculpa, mas não tenho mais tempo para assistir a esta palhaçada! – Disse agarrando na minha mala e preparando-me para me ir embora, deixando tudo para trás, mas fui impedida pela mão do Francisco que agarrava fortemente o meu lívido braço

- Sim, quero e tenho razão! Quando chegaste ao pé de mim, tinhas um soutien na mão e aqui nesta fotografia que está datada do dia 1 de Janeiro de 2011, ela tem um body! Ela quando saiu do quarto, estava enrolada ao lençol, logo, eu não vi como é que ela estava e mais, na fotografia vê-se que eu estou a dormir e que ela é que me está a despir! – Fez-se uma pausa – Agora, tu acreditas no que quiseres… eu só te prometi que não te tinha traído e que iria arranjar provas. Aqui estão elas… - Acabou por acrescentar e largou-me o braço

E agora? Agora, acredito em quem? Será que ele está a dizer a verdade ou só está a dizer isto para se livrar do rótulo de traidor? E como é que a máquina tinha disparado sozinha? Há aqui muita coisa que não bate certo, mas que dentro de muito pouco tempo, eu irei descobrir quem é que está a mentir e quem é que está a dizer a verdade! Só espero é que não seja tarde demais quando isso acontecer…

***

Minhas lindas, desculpem a demora, mas isto andou complicado… Eu que pensava que nas férias seria muito mais fácil, mas enganei-me… Desculpem mesmo! Para compensar, este capítulo está maior (e não é das imagens ahah), dado que, o normal é 4 páginas e este tem 7 (tentarei mantê-los assim).
Ah e desculpem o fail da última fotografia! Eu e uma amiga minha – desde já, agradeço imenso! Carolina Lobo, you’re the best! – Passámos um dia inteiro à procura da fotografia ideal, até que eu me lembrei de juntar aquela fotografia de Chance Crawford (Nate) e de Katie Cassidy (Juliet), uma vez que, as anteriores fotografias também diziam respeito ao elenco da brilhante série Gossip Girl, mas como viram tive o grande azar de o vídeo ter no canto inferior direito a sigla CW. Mais uma vez, peço desculpa por isso.
Espero que tenham gostado e comentem muito!

Beijinhos * 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Capítulo 10 - Sei que não é um beijo de despedida

Filipa:
Parece que estou a viver um pesadelo, ontem ele pedia-me para ficar com ele e agora trai-me? Isto não podia ser verdade, não podia… Não agora…
Daniel – Tem calma, Filipa – disse afagando-me algumas lágrimas que teimavam em cair
Filipa – Ainda nem acredito… - disse entre soluços
Daniel – Ele não te merece mesmo! Mas vá, não vamos falar disso, o que tu precisas neste momento é tranquilidade e quem melhor que o Shiny? – disse com um sorriso maravilhoso nos lábios
Filipa – Não sei…
Daniel – Tu a recusares o Shiny? – disse fazendo-me uma caricia no nariz
Filipa – Tens razão, vou ver o meu menino!
Daniel – Assim é que é falar! Bem, vou andando…
Filipa – Não, vem comigo…
Francisco:
Eu não acredito que aquele palhaço está a abraçar a minha menina, eu vou acabar com isto e é já!
Francisco – Muito bem, agora vão para os estábulos! – disse num tom de ironia
A Filipa virou-se para mim e fui invadido por um sentimento de vazio. Aquela carinha de menina pequena estava repleta de lágrimas, o rosto dela expressava o seu mais puro desespero e o meu coração partiu-se em mil bocadinhos.
Filipa – Eu nem te vou responder – assim que proferiu tais palavras a pouca força que restava para que não caíssem as lágrimas desvaneceu-se e elas acabaram mesmo por cair. Ela olhou-me nos olhos e começou a correr assustada, como se estivesse perante um monstro. E será que eu não seria mesmo um monstro? Havia acabado com a nossa relação por uma estupidez enquanto estava bêbedo, eu tornei-me igual aos outros que em tempo a haviam magoado, eu não a merecia mesmo.
Daniel – Filipa, espera! – gritou
Francisco – É que nem penses! – disse empurrando-o.
Corri o mais que pude atrás dela, como se a minha vida dependesse disso. Eu tinha que a agarrar e explicar o que tinha acontecido, mesmo sabendo que ela não quer ouvir as minhas explicações.
Filipa:
Odeio-me! Odeio-me por gostar tanto dele, por cada palavra que ele diga tenha mais impacto do que qualquer outra coisa, odeio-me por ser tão dependente dele e por me ter deixado afectar desta maneira. Eu sempre fui independente, nunca precisei de um rapaz para nada, nunca me deixei levar tanto por um rapaz. Sempre tive uma regra: «não são eles que me têm na mão, sou eu que os tenho», como é que eu deitei tudo a perder? Como e porque é que eu deixei de ser aquela pessoa para agora ser uma mais vulnerável e que se deixa levar assim por um rapaz? Isto é que é amar? Amar é deixarmos de ser quem somos, dedicarmo-nos a uma pessoa para depois sermos apunhalados pelas costas? Se isto é amar e ser amado, então prefiro nunca mais amar. Sempre ouvi dizer que o amor não era nada fácil, mas isto é para lá da simplicidade, isto já é dor, imensa dor, dor que eu nunca pensei sentir. Nos primeiros dias, é tudo muito bonito, ele é querido, dá-nos prendas, apresenta-nos aos amigos e família, diz que somos a mulher da vida dele e em casos extremos, como o meu, oferece-nos um anel e pede para ficarmos com ele para sempre, e para que é que isso serve? Para depois nos trair na mesma noite e dar a desculpa de estar bêbedo? Eu nunca pintei assim o meu conto de fadas, mas quem o borrou não fui eu, foi ele e graças a isso, eu não quero mais amar, tenho medo de o fazer, medo de ser traída, humilhada e magoada. A partir de hoje, uma nova Filipa vai nascer, uma Filipa que não se deixa levar por nenhum rapaz, uma Filipa que não quer saber dos sentimentos deles para nada, uma Filipa que irá ser feliz sozinha, mas ainda vai demorar até ela aparecer, ela ainda é um recém-nascido, frágil e com medo do mundo, desejando voltar ao aconchego do ventre da sua mãe.
Eu nunca pedi isto, só pedi que fosse amada, mas nem isso fui, mas agora, agora tudo mudou e eu só quero sossego para começar uma vida nova.
Filipa – Oh Shiny – disse com os meus olhos rasos – nunca pensei que ele me fizesse isto… - disse totalmente consumida pelo choro
Francisco – Nem eu…
Fiquei deveras surpreendida, julguei que estava ali sozinha, mas ele teve que me seguir. Mas para quê? Para me fazer sofrer mais? Enchi o peito de ar, limpei as lágrimas que estavam no meu rosto e fiz força para que mais nenhuma caísse
Filipa – Sai daqui – pedi num tom de voz calmo
Francisco – Só depois de me ouvires!
Filipa – Francisco, sai… Não me faças chamar um dos trabalhadores – pedi
Francisco – Só te peço dois minutos – disse aproximando-se de mim
Filipa – Não quero falar contigo, sai! – disse dando um passo atrás
Francisco – Não te peço mais nada, se quiseres depois de falar vou logo fazer as minhas malas e vou para Lisboa!
Filipa – Está bem, dois minutos, nem mais que isso e vais e sais ainda hoje daqui.
Costumou-me tanto dizer-lhe aquilo, de maneira tão fria. O que eu mais queria era que ele ficasse comigo esta noite, que me abraçasse e dissesse que tinha sido tudo um pesadelo, que ele não tinha feito nada, mas eu sabia que isso não iria acontecer e que os dois minutos que lhe dei só me iriam magoar mais.
Francisco – Fica descansada, já fiz a mala e pedi à minha irmã que me viesse buscar.
Filipa – No meio disto tudo ainda tens bom senso – disse rispidamente
Francisco – Não me trates assim, peço-te… - pediu-me com os olhos vermelhos
Filipa – Então queres que te trate como? Com beijinhos? Depois de tudo o que me fizeste ainda queres beijinhos? Francisco, tu traíste-me, magoaste-me e humilhaste-me! Queres o quê?
Francisco – Que o fiz só porque estava bêbedo!
Filipa – A típica desculpa de estar bêbedo comigo não resulta, já devias saber!
Francisco – Eu não me lembro de nada, ela pode estar a mentir!
Meti a mão no bolso e tirei o soutien dela.
Filipa – E disto, já te lembras? – disse atirando-lhe o soutien
Francisco – Filipa, acredita em mim, eu não me lembro de nada! Tu sabes como a Rute tem inveja de ti, ela pode ter armado isto tudo!
Filipa – Ah, agora a culpa é dela?
Francisco – Ele lembro-me de ter adormecido ao teu lado, não te lembras? Eu até tenho a marca dos teus brincos na cara e até tenho as tuas pulseiras no bolso das minhas calças, tu disseste que estavam a fazer muito barulho e pediste-me para as guardar no meu bolso das calças, não te lembras? – perguntou desesperado
Filipa – Sim lembro… - de facto aquilo era verdade
Francisco – Eu estou a dizer a verdade, acredita em mim! Eu amo-te, seria incapaz de te fazer isso – disse com as primeiras lágrimas a caírem-lhe pelo rosto.
Confesso que aquele gesto acabou com o que restava do meu coração. Ali estava, à minha frente, o homem da minha vida a implorar-me pelo meu perdão, mas eu não conseguia conceder-lhe aquele pedido.
Filipa – Chega! – gritei – Vai-te embora! Eu nunca devia ter deixado que voltasses à minha vida, foste um erro – disse com os olhos rasos de lágrimas e acabei por perder o que restava da minha dignidade e tinha caído enfrente ao homem que amava e que me tinha feito passar a maior humilhação da minha vida.
Francisco – Eu amo-te e vou provar-te que não te trai – disse abraçando-me.
Aquele abraço fez-me estremecer. Eu queria muito aquele abraço, mas não podia permitir que ele me visse naquele estado, naquele desespero, não podia deixar que ele fosse o meu porto de abrigo, mas naquele momento, não tinha forças para o mandar embora.
Ele agarrou no meu rosto e deu-me um beijo, não um beijo de despedida, mas um beijo apaixonado, o beijo que ambos desejávamos, mas que só ele conseguiu tomar a iniciativa para tal. Nunca me tinha dado um beijo daqueles, carregado de emoções e com lágrimas à mistura. Nós sabíamos que não seria o nosso último beijo, mas eu obriguei-me a pensar que seria. Os nossos lábios separaram-se e ele fez-me uma última caricia e depois partiu, deixando-me ali, sozinha.
Francisco:
Nunca tinha provado um beijo com tantas emoções, com mágoa, paixão, mas principalmente com um travo a despedida. Eu não queria que aquele fosse o nosso último beijo, mas tenho a certeza que a Filipa o tinha visto como tal. Eu prometo por mim, por ela, por nós que iria provar que eu nunca a havia traído, mas por enquanto, só me restava cumprir a minha promessa e arrumar as minhas coisas para voltar para Lisboa.
Fui para o quarto dela, sim, porque a partir desta manhã, este quarto havia deixado de ser meu… Agarrei na minha mala e arrumei tudo o que era meu. Olhei para a máquina fotográfica e de filmar dela e aproveitei para copiar tudo para o meu portátil, eu queria ficar com recordações daquele amor, daquele conto de fadas que vivi com a minha princesa.
Olhei em meu redor e tudo me fazia lembrar algum momento que tínhamos passados juntos e que iria sempre guardar para mim. Olhei mais uma última vez, com as lágrimas a caírem impiedosamente, como se me tivesse a despedir da felicidade, como se a deixasse ali, para mais tarde a recuperar.
Agarrei nas malas, despedi-me de todos e dirigi-me a casa, o único lugar onde ninguém me julgava e eu podia afundar-me na depressão de ter perdido o amor da minha vida, sem que me moessem o juízo. Eu prometo que vou provar que não trai a Filipa, juro por tudo que o irei fazer!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Capítulo 9 – Happy new year or maybe not… (Parte II)

Uma das minhas seguidoras mandou-me um mail a pedir que mostrasse o facebook da Filipa (caso esta não se importasse), ela não se importou e como podem ver, está nas miniaplicações.

Espero que gostem e comentem, a vossa opinião é muito importante,

Obrigada! Beijinho *

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Filipa:

Estava tudo a correr como planeado! O jantar estava fantástico, a companhia melhor ainda e a festa nem se fala. Tínhamos acabado de fazer a contagem decrescente para o novo ano e festejamos alegremente, só se via amor a pairar por aquelas antigas paredes.

Gustavo (num sussurro ao ouvido da Mica) – Sabes qual é que foi o meu desejo para este ano?

Mica – Não podes dizer, se não, não se concretiza!

Gustavo – Mas eu quero dizer-te! O meu desejo é que fiques comigo… - disse dando-lhe um beijo apaixonadíssimo

Filipa – Eu disse que ias ter o teu final feliz, meu amor! Um brinde ao novo casalinho!

Rodrigo – Estão a falar de nós?

Todos ficamos abismados com o que víamos! É certo que os tinha deixado de ver, mas pensava que tinham estado a discutir, por isso, nem liguei. Mas quando os vi chegarem de mãos dadas e anunciarem-se como casal, caiu-me tudo!

Francisco – Por acaso até não, mas também serve!

Todos nos rimos com aquela afirmação, via-se mesmo que só podia ter sido dita por ele!

Francisco – Por falar em casalinhos, tenho uma surpresa para fazer à minha princesa! – disse olhando-me nos olhos

Bernardo – Se já estás a dizer, não é surpresa… - disse em tom de piada

Filipa – Shiu! Continua, chuchu…

Bernardo – Já nem se pode dizer nada!

Olhei-o com uma vontade enorme de lhe apertar o pescoço, mas não foi preciso, pois ele limitou-se a calar e a sorrir.

Francisco – Filipa me… - mas não conseguiu acabar a frase porque eu o interrompi

Filipa – ESPERA!

Todos se riram, aquilo era tão típico findo de mim. Assim que acabei de dizer aquilo, corri freneticamente para o meu quarto para ir buscar a prenda que lhe tinha comprado e voltei a correr até à sala e quase já sei folgo, tentei falar.

Filipa – Desculpa! Esqueci-me da tua surpresa – disse com uma expressão de menina envergonhada, que desde sempre era uma das minhas mais conhecidas características

Francisco – Não faz mal! Vá, então diz tu primeiro – disse fazendo-me uma caricia no rosto


Filipa – Eu quis dar-te uma coisa que tu pudesses usar todos os dias, algo que tu gostasses mesmo e para isso tive a ajuda do Bernardo e da Mica, espero que gostes – disse estendendo o saco da timberland.

Francisco (a abrir a caixa do relógio) – Não era preciso teres gasto dinheiro! Não… Tu não… Eu não acredito! Tu nem sabes há quanto tempo é que eu andava para comprar este relógio! És a melhor, nunca o irei tirar, juro que não! – disse dando-me um forte abraço seguido de um beijo

Filipa – Convém que o tires nem que seja só para dormir ou tomar banho – gracejei

Francisco – Nem para isso – disse juntando-se às minhas gargalhadas

Bea – Tanta coisa e ainda não vi a surpresa da Fi!

Filipa – Bea… - disse envergonhada

Bea – Que foi? – perguntou com a maior descontracção do mundo, já era típica aquela atitude que tão bem a caracterizava

Francisco – Ela tem razão, meu amor, falta a minha surpresa – disse ajoelhando-se

Filipa – Não… Tu não vais… - disse emocionada

Francisco – Enquanto eu não ganhar milhões vais ter que ficar com este, desculpa… - disse tirando uma caixinha do bolso

Filipa – Eu não acredito… – disse com os meus olhos rasos de lágrimas

Francisco – Filipa, ficas comigo para sempre? – disse tremendo como um menino pequeno

Filipa – Fico, meu amor… Claro que fico!

Ele meteu-me o anel no dedo, levantou-se e abraçou-me como nunca havia feito. Todos aplaudiam e assobiavam felizes por nós, por tudo o que havia acontecido e que havia de acontecer! Eu chorava de felicidade como uma menina a quem lhe haviam realizado o seu maior sonho, porque este, era o meu sonho, o Francisco desde o primeiro momento que se tinha tornado o meu sonho e que agora sim, este estava realizado, pronto para ser desenvolvido.
A estas celebrações todas, juntaram-se várias «flute à champagne» e a última coisa que me lembro é de termos adormecido na sala e eu ter adormecido agarrada ao Francisco.

Filipa (tentado levantar-me) – Aii! – disse colocando a mão na cabeça – que dor de cabeça…

Bernardo – Fala mais baixo!

Mica – Se não tivessem bebido não vos doía nada! – disse reclamando

Filipa, Bernardo, Bea – Epá, fala baixo!

A muito esforço ainda conseguimos soltar algumas gargalhadas prazerosas, mas eu tinha sido interrompida pelo meu Francisco.

Francisco:

Acordei com uma enorme dor de cabeça, nem conseguia abrir os olhos.

Francisco – Filipa… - chamei-a percorrendo a minha mão pelos lençóis tentando encontra-la

Rute – Interessante, ontem à noite não foi por ela que chamaste…

Aquela voz fez-me abrir os olhos e saltar para fora da cama num ápice, mas assim que o fiz percebi que não estava nas melhores condições. Estava estupefacto ao deparar-me com o meu estado de nudez e ao facto de ela também se encontrar nua.

Francisco – Estás a mentir! Aproveitaste-te de eu estar bêbedo para te despires e deitares-te ao meu lado para mais uma vez dares cabo da vida da Filipa, és uma invejosa

Rute – Olha que não foi bem assim que aconteceu… Eu passei aqui pelo quarto e só estavas tu e eu pensei que tivesse acontecido alguma coisa e com a melhor das intenções entrei e perguntei se estava tudo bem. Tu é que me agarraste e tu é que me puxaste para a cama, lembra-te lá – disse com um sorriso malévolo nos lábios

Francisco – Eu não me lembro de nada disso! Sai JÁ daqui! E nem penses em contar nada disto à Filipa, se não…

Rute – Se não o quê? Bates-me é?

Francisco – Se tiver que ser! Mas vá, agora sai daqui antes que me arranjes problemas!

Ela agarrou nas suas roupas que estavam espalhadas pelo quarto da Filipa e saiu

Rute (num sussurro) – Nem penses que te livras de mim assim tão facilmente…

O que é que eu tinha feito? Eu não me lembro de nada! Eu não posso ter traído a Filipa, ela nunca me iria perdoar, ela sempre disse: «nunca mas nunca irei perdoar uma traição» e esta não seria excepção! Mas eu teria mesmo traído a mulher da minha vida ou seria mais um dos joguinhos da Rute? Só sei  é que sinto um enorme vazio dentro de mim e o melhor seria vestir-me, ir ter com a Filipa antes que ela acordasse e fingir que isto nunca aconteceu.

Filipa:

Filipa – Onde foste?

Francisco – Fui só à casa de banho…

Filipa – Não dei por nada, meu amor.

Francisco – Estavas a dormir que nem um anjinho, nem tive coragem para te acordar – disse dando-me um beijo

Filipa – Estas bem?

Francisco – Sim, porquê? Não devia? Pareço-te diferente? – respondeu todo atrapalhado

Filipa – Calma, amor! Pareces nervoso…

Francisco – Eu? Nervoso? É impressão tua, eu não estou nada nervoso!

Filipa – Se tu dizes… - dei-lhe um beijo – vou tomar banho, até já.

Francisco – Até já!

Filipa - Que estranho, o Francisco parecia mesmo uma pilha de nervos, mas não percebo o porquê… Bem, não deve ser nada! – disse para mim mesma

Enquanto me dirigia para o meu quarto ia pensando nisso, mas o meu pensamento foi interrompido por uma coisa que estava no chão do meu quarto. Era um soutien vermelho de renda e podia jurar que aquilo não era meu, porque eu não tinha nenhum assim! Bem, mas podia ser de alguma das meninas, mas como é que aquilo tinha ido ali parar? Antes de tirar conclusões precipitadas, o melhor era arruma-lo e depois do banho iria falar com elas e tirar aquela história a limpo. De banho tomado e de roupa vestida, agarrei no meu telemóvel e mandei uma mensagem para as meninas:

Para: Mica, Bea, Matie
Meninas, preciso mesmo de falar convosco! Pode ser daqui a 15 minutos no escritório da minha avó?

Todas me responderam afirmativamente e o tempo para a nossa «reunião» havia chegado e eu já me encontrava no escritório à espera delas.
Beatriz – Então? Que se passa?

Filipa – Meninas, sejam sinceras… - pedi enquanto tirava o soutien do meu bolso – isto é de alguma de vocês?

Mica – Meu não é!

Beatriz – Meu muito menos!

Matilde – Por acaso até é giro, bem que podia ser meu, mas não é…

Filipa – Obrigada na mesma…

Mica – Mas porque é que estas a perguntar isso?

Eu não consegui responder, senti o chão a sair debaixo dos meus pés, a minha cara encheu-se de lágrimas e não conseguia faze-las parar.

Beatriz – Achas que o…?


Ela não acabou a frase e penso que foi graças a ver-me naqueles estado e ainda bem que não a terminou… Não conseguia falar, simplesmente assenti afirmativamente com a cabeça e assim que o fiz, senti o abraço reconfortante de todas elas.

Mica – Pronto, pronto… nós estamos aqui… - proferiu da forma mais ternurenta que alguma vez tinha ouvido

Ao fim de largos minutos a chorar e sem que elas me largassem, as lágrimas haviam secado e só havia uma maneira de resolver isto, eu tinha que ir falar com a Rute!
Enquanto me dirigia para casa dela, para puder tirar esta estória a limpo, voltei a ser consumida pelas lágrimas e o que restava da minha força para segurar o meu próprio corpo, se havia desvanecido e eu acabara por cair no chão, até que ouvi os passos apressados de alguém e depressa me ajudou a levantar. Tive alguma dificuldade em ver quem era, pois tinha a vista turva com tanta lágrima que derramei.

Daniel – Filipa, estás bem? – disse agarrando-me com toda a delicadeza e firmeza necessária para que me aguentasse em pé

Filipa – Sim, estou. Que estás aqui a fazer? Vai-te embora, não quero mais confusões, a sério, peço-te… - a minha voz fluiu como um sussurro, eu estava totalmente destruída, nem conseguia falar normalmente o que era muito raro, porque eu era conhecida pelos meus gritos extremamente audíveis

Daniel – Eu só vim dizer que não te iria chatear mais, vinha pedir-te desculpa, mas agora não te posso deixar assim neste estado!

Filipa – Eu estou bem – tentei parecer o mais normal possível, mas era completamente impossível

Daniel – Eu conheço-te, tu não estás bem. Eu não te vou perguntar o que tens, porque sei que não gostas que o façam, mas não te vou deixar assim, sozinha – disse abrindo os braços para que eu me aninhasse

Filipa – Obrigada… - disse aninhando-me nos braços dele

Nem eu queria acreditar no que estava a acontecer, mas o Daniel parecia mesmo estar a ser simpático e genuíno. E eu acredito que todas as pessoas merecem uma segunda oportunidade e estava na altura de ele ter a dele.

Francisco:

Estava farto de procurar a Filipa, ninguém sabia dela e as raparigas recusavam-se a falar comigo, por isso, ela já sabia de tudo. Um vazio enorme apoderou-se de mim, eu tinha que a encontrar! Enquanto me dirigia para os estábulos, vi o meu pior pesadelo mesmo enfrente a mim… O Daniel e a Filipa estavam abraçados… Ela não seria capaz de me fazer isto, o que eu fiz foi muito mau, mas este joguinho de vingança não era nada dela, o que é que se estava a passar?

Rute – Então? Parece que alguém não gostou do que viu… - disse num tom provocador

Francisco – Cala-te! Isto é tudo culpa tua!

Rute – Minha? Para dançar o tango são precisas duas pessoas, nunca ouviste dizer?

Francisco – És mesmo uma cabra!

Rute – E tu ainda nem viste nada… - disse virando-me as costas

O que é que seria que ela estaria a tramar? O meu amor e o da Filipa não podia acabar assim, não podia! Logo agora… Parece que quando está tudo perfeito, acontece sempre alguma coisa para estragar tudo…