quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Capítulo 12 – Novos rumos

E agora? Eu tenho todas as provas à minha frente, mas não sei o que fazer… será que o Francisco está a falar a sério? Será que a Mica e o Bernardo já sabiam disto tudo? A resposta à última pergunta parecia-me óbvia… claro que eles sabiam, por isso, é que o Bernardo quis o meu computador e, por isso, é que a Mica quis tanto ver aquelas fotografias! Mas se eles já sabiam aquilo, porque é que não me disseram logo? Pois… eu não teria acreditado, só se tivesse as provas mesmo à minha frente… talvez fosse essa a razão de tudo aquilo. Mas… ainda há algo que não consigo perceber! Como é que aquela fotografia foi tirada se o Francisco estava a dormir? Parece que tenho uma questão pendente e não passaria de hoje!

- Se tu estavas a dormir, quem é que tirou a tal fotografia? – Perguntei ainda a pensar no que tinha acabado de ver

- Fui eu que tirei, mas não era suposto ele estar a dormir, por isso, fui-me embora e só tirei aquela… - disse uma voz mesmo atrás de mim.

Virei-me unicamente para confirmar se as minhas suspeitas se confirmavam e sim, infelizmente estavam confirmadíssimas, era o Daniel, o meu ex. namorado que fazia o favor de me seguir e implorar-me para que volte para ele.

- Daniel? – Questionei incrédula – Tu fizeste o quê? – Perguntei enquanto sentava e perguntava a mim mesma como é que alguém seria capaz de fazer aquilo

- Eu sei que foi errado o que fiz, desculpa-me! – Disse agarrando-me mão

- Nem me toques! – Disse desviando rudemente a mão – Tu, vais explicar-me essa história toda! Aqui e agora! – Ordenei

- Desculpa interromper, mas vai tocar daqui a dez minutos, não seria melhor adiar esta conversa para mais logo? – Perguntou o Bernardo

- Desculpa? Adiar? Tu sabes o quanto eu estou a sofrer por causa desta brincadeirinha? SABES? – Gritei – Pelos vistos não! Quem quiser, pode ir – Disse estendendo a mão na direcção da porta – Tu – Disse apontando para o Daniel – É melhor sentares-te, vais ter muito que contar…

Ninguém se levantou, há excepção do Francisco que se foi sentar ao meu lado para poder estar de frente para o Daniel ou só para estar ao meu lado. Nunca pensei que ele o fizesse, mas soube-me bem, mesmo não estando agarrada a ele, conseguia sentir-me segura – penso que isso seja a força do amor.

- Não te peço que compreendas as razões que me levaram a fazer isto, muito menos que me perdoes… - Principiou o Daniel

- Mas eu peço-te que te despaches, isto já foi longe demais e eu não tenho muito mais tempo para perder contigo – respondi secamente

- Pois bem, não me irei alongar muito – lançou-me um olhar e continuou -. Naquela noite em que nos encontramos no bar em Évora, quando todos vocês foram embora, a Rute veio ter comigo e prometeu-me que eu e tu ficaríamos juntos, mas que para isso eu tinha que a ajudar. O plano dela era seduzir o Francisco, mas ela não conseguia fazê-lo, ele estava completamente apaixonado por ti para se deixar seduzir por outra.

Naquele instante dei por mim a olhar intensamente para o Francisco, como se eu sempre soubesse que ele nunca me tinha traído e que ele era louco por mim, tal como, eu era louca por ele.
Não consegui travar duas lágrimas que lentamente percorreram um trilho dos meus olhos ao canto da boca, até serem travadas pelas mãos grandes e quentes do Francisco, que sem pedir licença, tocaram no meu rosto limpando aquelas lágrimas. Para mim não eram só lágrimas, eram a mais bela representação de todo o sofrimento que vivia no meu coração e que quase tinha desaparecido só com um simples gesto, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Aqueles segundos pareciam uma eternidade e eu tinha que ter a coragem de os terminar, pois, ainda havia muito para ouvir e não me parecia que o Francisco fosse terminar aquele momento… limitei-me simplesmente a desfiar o rosto e olhar para o Daniel, como se estivesse a pedir que continuasse.

- Então, ela convidou-me para passar a passagem de ano com ela e disse que seria nesse dia que as nossas vidas iriam mudar. O plano dela era embebedar ao máximo o Francisco para se enrolar com ele, sem que ele a rejeitasse.

- E tu estavas encarregue de tirar as fotografias para depois me mostrarem, eu acabar com o Francisco, tu consolares-me como tentaste fazer naquela manhã – como é que eu fui tão estúpida ao ponto de acreditar que ele tivesse mesmo mudado? – E a Rute ficava com o Francisco… - disse tentando acreditar naquela história bizarra e típica de uma serie televisiva americana

- Exacto! Era o crime perfeito, mas como se costuma dizer, não há crimes perfeitos e este foi prova disso. O Francisco estava a dificultar imenso a situação… A Rute estava há horas na casa de banho do teu quarto e o Francisco continuava imóvel no sofá agarrado a ti, até que ele se levantou, possivelmente para ir à casa de banho e foi aí que o plano começou a entrar em acção. Ele entrou no quarto e a Rute saiu da casa de banho, ainda vestida, e foi em direcção ao Francisco que estava perdido de bêbedo, mas nem assim a deixou de rejeitar. Ela como já previa aquela situação sugeriu que fizessem um brinde ao amor e como não sabia o que se passava, o Francisco aceitou e quanto mais bêbedo ele ficava, mais ela o empurrava para a cama, até o conseguir deitar. Assim que ele se deitou, adormeceu logo e enquanto isso, ela trocou de roupa, meteu-se em cima dele, meteu as mãos dele nas pernas dela, para que parecesse mais real e começou a despi-lo. Como eu achei que aquilo não iria resultar, decidi ir embora e aparecer só quando a bomba rebentasse na manhã seguinte.

- Então e o soutien que eu encontrei no chão do meu quarto? – Perguntei tentando a muito custo digerir toda aquela informação

- Era dela, tal como eu disse, ela trocou lá de roupa e esqueceu-se dela lá. Bem Filipa, já disse tudo o que sabia, agora tenho que ir. Espero que um dia me perdoes e percebas que só fiz isto para o teu bem… - Assim que proferiu tais palavras, levantou-se e foi-se embora, como se o seu trabalho ou missão tivesse terminado, mas parecia que não tinha tido sucesso… Mas, e agora? O que é que eu faço?

- Fi, o teu telemóvel está a tocar… - Alertou-me a Mica

- Ah… -disse voltando à realidade – Obrigada, M. – disse enquanto tentava alcançar o meu telemóvel – Sim? – Perguntei ao atender o telemóvel
- Estava a ver que não! Onde é que estão? – Perguntou a Bea – Dá… Cá isso! – Pediu a Matilde, talvez enquanto tentava tirar o telemóvel à Beatriz

- Ainda estamos no Mc, aconteceram uns problemas depois conto-vos tudo! – Prometi

- Ok! Vou passar à Matie, abreijos – Despediu-se e passou o telemóvel à Matie – Estás doida? Porque é que estas a faltar? Conta-me tudo! – Bombardeou-me preocupada

- Eu logo conto-te tudo, prometo! – Prometi novamente

- Não sei se te vai ajudar ou não, mas as bolsas de estudo para Londres abriram e este ano vão ser cinco! – Disse toda entusiasmada

- Cinco? Nós as quatro temos que as ganhar! – Disse compartilhando o mesmo entusiasmo

- Então posso escrever-te a ti e à Mica para os exames de admissão às bolsas? – Perguntou mesmo sabendo qual seria a nossa resposta

- Claro que podes!

- Vou já inscrever-vos, beijinhos!

- Beijinhos! – Assim que me despedi desligamos a chamada

- Então e agora, Filipa? – Perguntou-me o Francisco a medo

- Agora sei toda a verdade, mas preciso de tempo… Desculpem – disse levantando-me e agarrando nas minhas coisas para sair, mas novamente, fui impedida pela mão forte e quente do Francisco que agarrava com toda a força o meu lívido e frágil braço

- Não fujas de mim… Outra vez não, peço-te! – Disse-me com os olhos preenchidos por uma mágoa imensa, quase palpável

- Não estou a fugir de ti, estou a fugir de mim… - Disse livrando-me do braço dele e fugindo daquele lugar em direcção a casa, ao meu porto seguro, onde não tinha que encarar ninguém a não ser aquelas paredes que tão bem conheciam a minha mágoa e o meu sofrimento. Um lugar onde me podia afundar sem ninguém ver, criticar ou julgar, um lugar onde podia ser eu, onde podia deixar a máscara que usara nos últimos dias à porta de casa, para que me pudesse entregar ao meu sofrimento. Mas hoje, seria só o lugar onde podia desabafar com a minha melhor amiga que fez questão de vir comigo. Não me podia afundar em sofrimento, mas podia deixar a máscara e simplesmente desabafar.

Quando chegamos ao meu prédio eu só queria deitar-me no sofá, esconder a cabeça debaixo da manta e fingir que tudo não passava de um pesadelo, mas nem isso me foi permitido, pois à porta da minha casa já se encontravam a Bea e a Matie de braços abertos para me aconchegarem no reconfortante e desejado abraço. Após aquela demonstração de afecto, entrámos em casa e a Matie começou logo a bombardear-me com questões.

- O que é que aconteceu? Estou mesmo preocupada! Conta-me tudo! Nem penses em esconder-me alguma coisa, Filipa Marie! – Disse-me com o seu indicador fino e comprido espetado no ar

- O que aconteceu foi que… - Contei-lhes a história toda, como tudo se tinha passado no decorrer daquelas duas horas que mais pareciam dias

- Oh primoca, anda cá… - Disse a Matilde esticando os braços para me abraçar e como é óbvio que acedi de óptimo grado

- Então e agora? Já se sabe que ele não te traiu… - Disse a Beatriz

- E ele até provou tudo… - Acrescentou a Mica

- Não sei… vou ter que pensar, meninas – fiz uma pausa – Então e as bolsas de estudo? – Perguntei, fingindo-me interessada

- Estava a ver que não perguntavas! – Disse toda entusiasmada

Passamos o resto de tarde juntas a falarmos sobre as bolsas, moda – eu e Matie somos apaixonadas por alta-costura –, séries televisivas, de tudo um pouco, menos de rapazes. Era notório o esforço que elas faziam para não falarmos de rapazes, eram mesmo umas grandes amigas, mas embora eu não expressasse em palavras, o meu pensamento estava todo centrado no Francisco e no que é que eu iria fazer em relação a mim e a ele… Será que eu irei ficar bem com ele ou irei ceder à pressão de ter alguém a tentar separar-nos? Terei de pensar muito bem nisto…

5 comentários:

  1. claro que a filipa vai ficar bem com o franciscoo, e Londreeees, ai vão elas! ^^
    QUERO MAIS, o próximo tens de postar rápido hum!

    Bisous bisous bisous :D

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  2. Menina Fi, o capitulo tá gorgeous!(Como eu detesto falar em duas linguas ao mesmo tempo -.-') mas só o fiz pq agora talvez tenha de me habituar mais ao english né? :p
    O Chiquinho merece um beijinhoo, vá lá +.+
    ABREIJOOS!

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  3. Agora tens que pensar bem é no próximo capitulo, porque estás a habitar mal aqui os teus leitores e a fasquia está muito elevada a nível de espectativas!
    Como sempre um capítulo estupendo, quero ler o resto! Agora ela pensa pensa e no fim vai ter com o Francisco e espeta-lhe uma valente beijoca!
    Kiss *

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  4. fantastico... ta lindo...

    quero mais... agora tou curiosa para ver o proximo capitulo...

    continua... so hj é k tomeiconhecimento da tua fic, e adorei...

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